terça-feira, 6 de março de 2018

Esquerda inédita e as maiores ondas do país: registros do swell na Urca do Minhoto

Nova expedição no Rio Grande do Norte conta com os experientes Rodrigo Resende, Danilo Costa, Fabinho Gouveia, Pedro Calado e Kauli Seadi. Fotógrafos revelam os desafios do pico


Esquerda inédita e as maiores ondas do país: registros do swell na Urca do Minhoto












Por Marcio Moreira, Rio de Janeiro


 











A onda mágica da Urca do Minhoto deu o ar da graça mais uma vez. Depois do swell que apresentou o pico ao mundo, a laje na costa do Rio Grande do Norte voltou a funcionar proporcionando ondas de até 5 metros e condições clássicas. No último sábado, os big riders Danilo Costa, Rodrigo Resende, Pedro Calado e Fabinho Gouveia surfaram as maiores ondas já registradas no Brasil e fizeram a festa dos fotógrafos locais. Tricampeão mundial de windesurfe, Kauli Seadi aproveitou a barca e acabou surfando uma inédita onda para esquerda (as ondas na laje geralmente quebram para direita).





- Foi inédito esse swell, todo mundo se surpreendeu, fazia uns 10 anos que não tinha um swell dessa magnitude de tamanho. Ainda mais que estávamos em lua cheia, então intensificou a amplitude das ondas, aumentou bem o tamanho delas - disse Kauli.




- O plano era até fazer um velejo de wind, mas o vento não entrou. Estava perfeito para tow-in, tivemos ajuda de jetski, tinham menos surfistas, então dava para entrar puxado pelo jet e pegar umas ondas muito cavadas, nível Jaws, Hawaii, Taiti. Pedro Callado, Fabinho Gouveia, esses caras que estão na elite do surfe de ondas grandes disseram que a onda tem um potencial extraordinário.







- É um lugar bem único, é uma onda diferenciada, porque não quebra na beira da praia. O mar por aqui é muito raso no nosso litoral, isso quebra um pouco o swell, tira a força dele. Lá, com essas condições, conseguimos ter uma onda dessas. É uma descoberta incrível esse pico - disse.






- Conheci a Urca em 2012, surfei lá em 2013 também. Peguei algumas vezes bem legal, mas nunca tão perfeito como dessa vez. É muito exposta, uma laje no meio do oceano, qualquer vento já mexe bastante nela, então é bem difícil chegar nesse nível de perfeição. Dessa vez coincidiu do swell vir sem vento e chegar num horário bom, na maré certa, para a onda ficar bem tubular - explica.








- Deu tudo certo, foram dois dias magníficos, um na sexta e outro no sábado, coisa linda. Não acontece sempre, mas é bem especial. Requer uma logística, é uma missão, mas quem acreditar na trip vai ter uma bela recompensa. Dois dias de mar "azeite", lindo - finalizou.






Um dos maiores nomes de ondas grandes do país, Pedro Calado esteve nos dois dias do swell e foi muito bem recompensado.





- Olhando essa foto, até parece que estou em algum pico da Indonésia, Taiti ou até mesmo no Hawaii...









"É um espetaculo da mãe natureza"





A plasticidade da onda impressionou quem estava lá para fazer os registros. O fotógrafo Victor Dutra comentou a experiência única na Urca do Minhoto





- É um espetaculo da mãe natureza. A Urca do minhoto é uma das melhores ondas grandes no Brasil, sua formação é bem parecida com Jaws no Havaí. Encotramos água quente e cristalina com ondas perfeitas de 8 a 12 pés - afirma, lembrando das dificuldades para chegar até o pico.







- A primeira dificuldade é chegar até lá. Foi através de pescadores e mergulhadores que conseguimos chegar até a bancada. O Daniel Dantas é um grande amigo, surfista e caçador de ondas grandes. Ele foi até Guamaré em busca dessa onda e conheceu o Mario da Urca, nativo e que conhece muito bem a bancada. Ele nos deu todo suporte para que conseguíssemos chegar até lá e fotografar todo pontecial da onda - revela.







"Exigiu o máximo do meu preparo físico e mental"





- A experiência na Urca do Minhoto foi única, um momento glorioso entre profissionais de alto nível e ondas de muita qualidade no nosso litoral brasileiro. Eu consegui chegar no canal com uma câmera e registrar momentos dos atletas no pico, cheguei ao ápice da alegria por esse momento de imagens raras em um lugar que exigiu o máximo do meu preparo físico e mental. Agradeço a todos os presentes nesse dia que ficou para história - disse Alexandre Alessy.







- As dificuldades dos registros são superadas quando chegamos no pico, mas nem tudo são flores. Para chegarmos na Urca do Minhoto tem alguns obstáculos a serem superados, a viagem é feita de barco, umas três horas. Venta muito e balança muito. Até quem está acostumado passa mal - conta Diego Noronha.






- As imagens são de entusiasmar. Ter uma onda dessas no Brasil, comparável aos grandes picos no mundo, é incrível. Muita gente que teria que desembolsar uma grande quantia para viajar pelo mundo pode conseguir surfar ondas perfeitas aqui, no Rio Grande do Norte, no Brasil - acredita.








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