terça-feira, 6 de junho de 2017

Ameaça ao Sumidouro

 

Moradores alertam sobre a construção de um porto em São Francisco do Sul que pode devastar última praia virgem da Ilha e extinguir onda tubular. (Por Leonardo Furmann em 05/06/17)

São Francisco do Sul, localizada no norte de Santa Catarina, está sofrendo com a especulação da construção de um moderno e faraônico porto privado (Porto Brasil Sul).
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O porto, segundo as intenções da empresa, pode ser instalado entre as Praias do Forte e Capri, área que tem cerca de 5km de extensão de restinga com manguezais e nascentes. É a única praia “virgem” na ilha de São Francisco, e mais, também abriga uma das ondas tubulares mais exóticas do norte catarinense - e há quem diga do Brasil. Com a chegada do porto, essa onda será extinta do mapa.

Se olharmos na foto do projeto (ao lado), existe um molhe de pedras que deve conter as ondulações.
Caso a construção ocorra, os moradores e turistas não terão mais acesso à praia, sem contar toda a problemática que envolve grandes construções como êxodo, violência, drogas e prostituição.

O que mais impressiona é que na entrada da praia do Forte existe uma placa com selo do Governo Federal, informando que toda aquela área é de Preservação Permanente.
No ano de 2013, sem muito alarde, houve uma mudança nas leis portuárias do município que transformou aquela área de preservação permanente em área especial. A partir daí, apareceu essa brecha na lei para a implantação do porto. Em abril de 2017, após grande pressão popular em sessão pública na câmara de vereadores, em decisão unânime, os nove parlamentares da casa aprovaram a moção apresentada pelo vereador Salvador Luiz Gomes, o Dodô, pedindo mudanças na lei portuária vigente e a reabertura da discussão sobre o atual plano diretor, modificado em 2013. Isto impediria a instalação do porto naquela área. Mas no fim do mesmo mês, surpreendentemente, os vereadores voltaram atrás e anularam a moção. Eles alegam que a cidade precisa de mais empregos.
Sabe-se da atual situação atual do Brasil, que o desemprego existe, porém, a que preço o legislativo quer garantir o pão na mesa da sua população? Será que vale a pena transformar uma cidade turística num polo industrial portuário? Existe infraestrutura para isso na Ilha? Quem realmente será beneficiado? Ou veremos filas e filas de ônibus lotados de trabalhadores vindo das cidades vizinhas para trabalhar no porto e o povo francisquense ficará a míngua lutando por subemprego?


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Sumidouro, a jóia que pode ser extinta. Foto: Divulgação.


São Chico já tem um porto público, sem contar que já está em processo, aguardando a liberação, a construção de outros dois portos privados. Resumindo, serão quatro portos: três privados e um público.
O que São Chico precisa é da modernização do porto público, que está sucateado, e investimentos na duplicação da BR 280, que não suporta mais o fluxo do trafego atual, além da melhora da linha férrea. É preciso investir em políticas públicas de incentivo ao turismo, com isenção de impostos para microempresas, incentivando o ecoturismo e o turismo esportivo.
Entidades como a AFS (Associação Francisquense de Surf) e outras não governamentais já entraram com processo civil, solicitando aos órgão de fiscalização ambiental que realizem um estudo de impacto ambiental. Com o intuito de impedir essa atrocidade com a única praia virgem da ilha, visto que os nosso representantes no legislativo não são capazes de tal ato.
Somente nos cabe lutar e aguardar que as leis de preservação permanentes sejam cumpridas pelo Fátima e Ibama. "Queria ver o mundo girando, de dentro de um tubo rodando".

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Fonte: Waves
Ameaça ao Sumidouro

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